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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Documentário fascina com retrato bem-humorado de Tom Jobim

"A casa do Tom" foi exibido em cerimônia na sede da ONU, em Nova York.
Filme faz parte da programação de festival de cinema brasileiro nos EUA.
Foto: G1/Arquivo
"Vou fazer a minha casa/ No alto do Chapadão/ Vou lever a Dona Aninha/ Pra me dar inspiração." Esse é um dos primeiros versos de "Chapadão", poema escrito por Tom Jobim na época em que escolheu o terreno no alto do Jardim Botânico para construír sua casa - e que serve de fio condutor para o documentário "A casa do Tom", exibido nesta terça-feira (12), em cerimônia realizada na sede da ONU em Nova York.
O evento foi parte do Cine Fest Petrobras Brasil-NY, que homenageia os 50 anos de bossa nova. A Dona Aninha, citada no poema, é Ana Jobim, mulher do cantor por 17 anos, que dirigiu o documentário.
"É um filme pessoal, intimista. Esse material ficou guardado por mais de 20 anos e senti a necessidade de fazer o documentário para que ele não se desmembrasse e ficasse sem autoria. Tem coisas muito importantes que o Tom diz nesses depoimentos. Mostra o círculo afetivo da família, dos amigos e das pessoas mais próximas. É a coisa da amorosidade mesmo que está lá", descreve Ana.
De fato, "A casa do Tom" abre as portas da família Jobim para o espectador conhecer não apenas a intimidade do músico, mas também o que ele pensava sobre o mundo, a valorização da natureza, o relacionamento carinhoso com os filhos e os amigos.
E o bom humor reluzente. "Ele é uma personalidade interessante, sofisticada. E ao mesmo tempo é tudo muito simples e direto, dito por ele mesmo. Esse senso de humor era muito comum para a gente, ele brincava com as palavras, ele tinha esse espírito lúdico de brincar com as coisas", lembra a diretora.
O filme é recheado de cenas únicas, como um ensaio de Tom e Dorival Caymmi, além de imagens belíssimas do cantor com os filhos. E mostra a vida dele não apenas na casa do Rio de Janeiro, mas também a convivência próxima com a natureza no sítio e o anonimato agradável dos dias em Nova York, que ele via como "uma grande fazenda". Tudo regado a muita bossa nova.
"Tinha medo da exposição, sou muito tímida, então fui com toda a cautela que meu coração pedia", conta Ana, sobre a decisão de lançar o filme. "A casa do Tom" saiu, então, primeiro em DVD, em dezembro passado. Agora, até o fim deste ano deve chegar aos cinemas. "Como é atemporal, não vai atrapalhar em nada. Cinema é uma experiência diferente, é outra forma de ver, tem todo um ritual. Agora vou encarar."

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