'Guerra sem cortes' está na programação do Festival do Rio.
Premiada em Veneza, produção mistura ficção e imagens reais.
Em cartaz no Festival do Rio, “Guerra sem cortes” (Redacted), novo filme de Brian De Palma, é um tapa na cara, uma overdose de verdade, dolorosa e impactante, sobre a Guerra do Iraque.
No longa-metragem, premiado com o Leão de Prata, De Palma transforma seu protesto pelo fim do conflito em um rico panorama visual, com um pé na ficção, outro no documentário e ambos na tecnologia digital.
O diretor usa a ficção e cria personagens para contar fatos reais, mas opta por uma linguagem documental, que reproduz vídeos caseiros, imagens de internet e reportagens. Justapostas, as cenas dão conta dos diversos lados do conflito: soldados, população local e imprensa. A soma resulta em um quadro pessimista, em que o sofrimento é o único denominador comum.
O fio condutor da trama é um grupo de soldados americanos que serve em um posto de controle no Iraque. O dia-a-dia deles é mostrado pelas lentes da câmera amadora de um dos soldados, o latino Angel Salazar (Izzy Diaz). Ele planeja usar as imagens para produzir um filme e ingressar na faculdade de cinema. Seria um belo plano, não fosse pelos acontecimentos que vêm à frente, uma sucessão de atos violentos, alimentados por ódio e vingança.
Aqui, De Palma revisita o tema de um de seus filmes anteriores, “Pecados de guerra”, de 1989, em que Michael J. Fox vive um soldado excluído de seu esquadrão por se negar a participar do estupro de uma garota durante a Guerra do Vietnã.
A diferença é que, desta vez, o cineasta leva o público para o centro do conflito, extraindo sua crítica diretamente de imagens chocantes e hiper-realistas, que fazem o espectador quase sentir o cheiro do sangue e da poeira.
Muitas cenas - principalmente no último terço do longa-metragem - são difíceis de olhar. Mas “Guerra sem cortes” é, acima de tudo, um filme necessário.
Muitas cenas - principalmente no último terço do longa-metragem - são difíceis de olhar. Mas “Guerra sem cortes” é, acima de tudo, um filme necessário.
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